O ambiente da medição de software e do MESUR em 2022
Inicialmente, devemos reconhecer que o desenvolvimento Ágil, ou tentativas em sua direção, não são mais exceção no mundo corporativo. Consequentemente, o esforço na definição do escopo de solução e o detalhamento de como os itens nesse escopo funcionam tende a ser pulverizado. Ou seja, sem uma rigorosa separação entre os itens relativos às funções do usuário e ao que é relativo a decisões sobre como serão entregues. Na verdade, o mais comum é “ficar tudo junto e misturado”.
Por um lado, todo o desenvolvimento e as comunicações necessárias acontecem de uma maneira mais concreta, portanto exigindo menos capacidade de abstração. Por outro lado, é muito fácil perder a perspectiva dos objetivos de mais alto nível. Adicionalmente, as discussões e decisões exigem um conhecimento técnico e um vocabulário estranho àqueles com legítima autoridade para certas decisões.
Exemplos de itens de trabalho no mesmo nível e tratados da mesma forma do que itens relativos às funcionalidades do usuário são:
- Itens sobre como a experiência de uso (UX);
- Projeto da interface gráfica com o usuário (GUI);
- Requisitos de alto desempenho, interoperabilidade e facilidade de manutenção.
Como esse ambiente foi construído
Pelo menos nos últimos 10 ou 15 anos, a eficiência operacional não tem sido uma prioridade. Investimentos nos moldes de startups estão presentes em mesmo em grandes corporações. Um dos fatores levando a essa mentalidade é o excesso de liquidez nos mercados. Isso teve início com a resposta à crise de 2008 e, mais recentemente, à crise da COVID19. Mas isso não dura para sempre…
A eficiência operacional volta ao palco da gestão de software
Hoje, essa realidade começa a mudar. Percebemos maior valorização na busca por eficiência operacional. Isso, mesmo em startups ou no desenvolvimento Ágil. Essa busca pode ser verificada, por exemplo, em notícias como as recentes demissões na área de tecnologia em nosso mercado.
No plano técnico, o próprio Guia do Scrum começa a orientar nesse sentido em sua última versão de Novembro / 2020, apesar de ter encolhido em relação à versão anterior.
Uma manifestação recente me chamou a atenção. Ela é sobre a percepção de estarmos em um ponto de inflexão por parte de um desenvolvedor. Ela me chamou a atenção por não se limitar aos executivos, mas também no próprio universo dos desenvolvedores.
Obviamente, a busca pela eficácia e pela efetividade seguem sendo importantes e prioritárias. Mas trata-se de um retorno à consciência sobre a também importante contribuição da eficiência operacional na gestão de software.
Efeitos da mudança no desenvolvimento de aplicações
Produtividade não poderá mais ser tratada como tabu, como chegou a ser em alguns círculos no passado. A própria palavra Produtividade foi substituída por “Velocidade” na tentativa de trazer uma carga semântica diferente e ares de novo. Unidades de esforço passaram a usar uma nova roupa para que fossem tratadas como unidades de produto, como no caso concreto dos pontos de história associado ao Poker Planning.
Mas obviamente o desenvolvimento não voltará a ser como antes. São inquestionáveis os enormes benefícios de determinar o escopo de uma solução e o desenvolvimento de seus requisitos por meio de ciclos curtos de desenvolvimento, feedback e aprendizado. Portanto, isso tende a se manter. A maior atenção à Experiência de Usuário (UX), integrando a modelagem do negócio, os requisitos da solução e o projeto da interface em um único momento, idem.
Portanto, trata-se de conseguir avaliar em um nível mais alto se sua empresa está de fato mais ágil ou se está apenas carregando a mesma pedra morro acima – indefinidamente – sob a égide de “Agilidade”.
Como o MESUR se insere nesse contexto
Nesse cenário, o MESUR potencializa os resultados da medição pela Análise de Pontos de Função, pela Contagem Estimativa e Indicativa da NEMA e outras métricas baseadas em resultado a partir de catálogos de serviço. Hoje, já temos a possibilidade de configurar qualquer roteiro de métricas, como por exemplo o Roteiro de Métricas de Software do SISP. E, em breve, teremos o Ponto de Função Simples recém liberado pelo IFPUG.
O MESUR faz isso promovendo a medição, de uma sobrecarga de trabalho no desenvolvimento, de um overhead, para uma ferramenta de gestão integrada de requisitos.
Eliminar desperdícios continuamente e resolver problemas de gestão pela medição
O principal objetivo do MESUR e dos serviços de Escritório de Métricas e Centro de Orçamento é transformar o esforço de medição em pontos de função em um instrumento para aumentar a capacidade do cliente de eliminar desperdícios continuamente e resolver problemas de maneira sistemática em ciclos de desenvolvimento, feedback e aprendizado.
Três benefícios chave com o o MESUR
O MESUR mantém a Estrutura Analítica de Produto (EAP) de cada aplicação conforme o produto vai sendo organicamente entregue e evoluído Ao longo do tempo, conforme medições acontecem e observando o escopo de medição adequado, como todo um projeto tradicional em cascata ou um único cartão Kanban para determinada equipe ágil (Squad), o MESUR automaticamente constrói um “plano de contas”.
Esse “plano de contas” permite que medições pontuais, dispersas em diferentes pequenos ciclos de desenvolvimento ou mesmo itens de trabalho, cumpram o seu papel em objetivos mais restritos. E, ainda assim, sirvam de base para avaliar de maneira global o desempenho de um desenvolvimento em um nível corporativo.
Por exemplo:
Por que tanta volatilidade nesta função de “Pesquisar Usuário”?
E esse tipo de insight surge sem a necessidade de entrar em detalhes técnicos ou de implementação. Considera uma visão de negócios, funcional, que pode ser compreendida e comunicada entre pessoas de diferentes formações e que desempenham diferentes papeis no negócio; técnicos ou não.
Em termos práticos, você pode ter uma visão da produção no âmbito de uma sprint e, ainda assim, desconsiderar uma mesma função medida em vários sprints ao avaliar a Release correspondente na qual houve várias entregas intermediárias de uma mesma função.
Transparência
Imagine conversar com um aficionado em mecânica de automóveis ou então com um mecânico tentando explicar o racional do custo na manutenção de um carro antigo. O vocabulário e o conhecimento do domínio é uma barreira à comunicada e, consequentemente, dificulta a transparência na explicação daquele racional.
Isso facilmente acontece no domínio do desenvolvimento de software. Mas com o MESUR é mais fácil mudar e obter maior transparência ao permitir que toda medição seja facilmente fundamentada sem comprometer a agilidade na medição. O MESUR facilita a rastreabilidade da medição de um projeto com todas as medições anteriores e permite a rastreabilidade da medição para referências externas intrínsecas ao produto ou ao projeto.
O e-mail e as reuniões como vilões quando mal utilizados
O MESUR elimina a troca de e-mails relacionada às divergências em medições ou clarificação de requisitos. Ele sistematiza o intercâmbio de informação e captura, junto à própria medição, a informação necessária para entender o escopo de solução em uma perspectiva funcional e não funcional.
Adicionalmente, o MESUR diminui a necessidade de reuniões e tornando as necessárias mais objetivas e diretas.
