O que é “Usuário” para a Análise de Pontos de Função

Referências normativas para Usuário na Análise de Pontos de Função

A norma ISO/IEC 14143-1 padroniza a definição de conceitos para medição de tamanho funcional de software. Portanto, todo método de medição do tamanho funcional padronizado pela ISO deve observar os princípios definidos nessa norma. A Análise de Pontos de Função do IFPUG é padronizado pela ISO sob a norma ISO/IEC 20926. Portanto, a sua definição de Usuário deve estar alinhada à definição da ISO.

Na parte 1 do Manual de Práticas de Contagem, que é a norma ISO/IEC 20926, a definição de usuário é:

3.51
usuário
qualquer pessoa ou coisa que se comunique ou interaja com o software a qualquer tempo

EXEMPLOS Exemplos de coisas incluem, mas não estão limitados a: aplicações de software, animais,
sensores ou outros hardwares.

[ISO/IEC 14143-1:2007, definition 3.11]

Em versões anteriores do CPM, usuário era definido também como qualquer pessoa que especifica requisitos funcionais. Entretanto, esse não é mais o caso.

Interpretação prática da norma na medição

Em termos práticos, quando a norma cita pessoa, ela se refere a uma classe de pessoas, cujos indivíduos compartilham responsabilidades em comum no negócio; ou seja, compartilham funções.

Adicionalmente a definição de usuário não se limita a classes de pessoas, ela inclui “coisas”. Ou seja, um usuário pode ser outra aplicação de software ou mesmo um equipamento; desde que haja uma comunicação ou uma interação entre eles e a aplicação em análise sendo medida. A comunicação e interação para fins da medição significa enviar dados ou informações de controle para a aplicação ou receber dados ou informações de controle dela.

Cabe observar que essa definição de usuário possui um sentido bem próximo ao conceito de um ator de um caso de uso: qualquer pessoa e/ou coisa que interage com o sistema e espera um resultado de valor observável produzido pela execução de um ou vários casos de uso. Adicionalmente encontra correspondência ao termo persona.

A importância da identificação dos usuários na Análise de Pontos de Função

Levando-se em consideração essa amplitude do conceito de usuário, durante uma contagem de pontos de função, convém buscar no conjunto de usuários possíveis aqueles cuja visão melhor representa as funções que a aplicação fornece.

Por exemplo, a aplicação de auto-atendimento de um banco tem como usuários o cliente do banco, o funcionário da agência, o gestor do departamento responsável. Basear a contagem desta aplicação somente na visão do cliente final do banco e usuário do auto-atendimento, é ter uma visão limitada da aplicação.

Conclusão

Em termos práticos, identificar os usuários de uma aplicação está intimamente ligado ao posicionamento de fronteiras entre as aplicações e, por isso, à toda a medição. Afinal, atingir o objetivo do usuário é o que determina se uma função é completa e, portanto, a sua identificação e subsequente avaliação da complexidade e de sua contribuição à medição total dos pontos de função.